A iconografia cristã é uma forma de representação artística que se baseia em temas e símbolos da religião cristã. Alguns estudiosos argumentam que algumas das cartas do Tarot têm origens medievais e foram influenciadas por iconografia cristã.
Por exemplo, a carta do Papa (ou Hierofante) pode ser vista como uma representação do Papa, enquanto a carta da Imperatriz pode ser vista como uma representação da Virgem Maria.
Da iconografia cristã pode-se considerar um conjunto de imagens e símbolos usados na arte e na cultura cristã para representar personagens, eventos e conceitos religiosos.
Alguns dos elementos mais comuns da iconografia cristã incluem:
- A cruz – um símbolo central do cristianismo que representa a crucificação de Jesus Cristo.
- O peixe – um símbolo que remete ao fato de que os primeiros seguidores de Jesus eram pescadores.
- A pomba – um símbolo do Espírito Santo, que desceu sobre Jesus em seu batismo.
- A coroa de espinhos – um símbolo do sofrimento de Jesus Cristo na cruz.
- A chama – um símbolo do fogo divino do Espírito Santo, como no episódio do Pentecostes.
- A Virgem Maria – uma figura importante na iconografia cristã, representando a mãe de Jesus.
- Anjos – criaturas celestiais que servem como mensageiros de Deus.
- Santos – figuras cristãs veneradas pela igreja e que são frequentemente representadas com símbolos que os identificam, como São Pedro com as chaves do céu ou São Jorge com um dragão.
Esses são apenas alguns exemplos de elementos comuns na iconografia cristã, mas existem muitos outros, cada um com suas próprias simbologias e significados específicos.
Muitos destes elementos podem ser encontrados nas cartas do Tarot.
Confira aqui uma breve lista de alguns destes elementos e onde eles se encontram nas cartas:
A Chave
Na iconografia cristã, a chave é frequentemente usada como um símbolo de autoridade, poder e salvação. Existem várias referências bíblicas à chave, como em Mateus 16:19, onde Jesus diz a Pedro: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus“.
Assim, a chave é frequentemente associada a São Pedro, considerado o primeiro papa e o guardião das chaves do Reino dos Céus. Na iconografia cristã, Pedro é frequentemente retratado segurando uma chave ou duas chaves cruzadas. Isso simboliza que ele tem autoridade para abrir e fechar as portas do céu e do inferno.
Além disso, a chave também pode ser associada à ideia de libertação, pois abre portas e liberta aqueles que estavam presos. Por exemplo, na arte cristã, Cristo é frequentemente representado segurando uma chave e libertando os prisioneiros do inferno.
A romã
A romã é um símbolo comum na iconografia cristã e é frequentemente associada à fertilidade, abundância, vida eterna e ressurreição. Existem várias referências bíblicas à romã, incluindo em Cantares de Salomão 4:13-14, onde a fruta é descrita como “um jardim de romãs, com frutas preciosas“.
Na arte cristã, a romã é frequentemente retratada nas mãos de Cristo, da Virgem Maria ou de santos. Por exemplo, a romã pode ser vista nas pinturas renascentistas que representam a Virgem Maria com o menino Jesus, onde a fruta simboliza a vida eterna e a salvação.
A romã também é frequentemente retratada nas tumbas cristãs, onde simboliza a ressurreição e a vida após a morte. Neste caso, as romãs são frequentemente esculpidas nas lápides funerárias dos cristãos ortodoxos orientais, simbolizando a esperança na ressurreição e a vida eterna.
A rosa branca
Na iconografia cristã, a rosa branca é frequentemente associada à Virgem Maria e simboliza sua pureza, inocência e virtude. A rosa branca é vista como um sinal de alegria, esperança e amor divino, e é muitas vezes retratada nas mãos de Maria ou em cenas que representam a Anunciação, a visitação ou a natividade de Jesus.
Além disso, a rosa branca também pode ser vista como um símbolo de martírio e sofrimento. Por exemplo, a rosa branca é frequentemente associada a Santa Rosa de Lima, a padroeira das Américas e das Filipinas, que escolheu o nome “Rosa” em homenagem a essa flor. Santa Rosa de Lima dedicou sua vida ao serviço aos pobres e doentes, e sua devoção e dedicação foram vistas como um exemplo de amor e devoção a Deus.
A Torre
Na iconografia cristã, a torre é frequentemente associada à figura de Maria, sendo conhecida como “Torre de Davi” ou “Torre de Marfim”. Essa associação está baseada em uma passagem do Cântico dos Cânticos, no Antigo Testamento, onde a amada é comparada a uma torre de marfim. Essa imagem é interpretada como um símbolo da fortaleza, beleza e pureza de Maria.
Além disso, a torre também pode ser vista como um símbolo de proteção, defesa e segurança. Na arte cristã, Maria é frequentemente retratada em um cenário de muralhas e torres, cercada por anjos e santos, o que simboliza sua proteção divina e sua posição como defensora dos fiéis.
Outra interpretação da torre na iconografia cristã está relacionada à história de Babel, descrita no livro de Gênesis. Na história, os seres humanos tentaram construir uma torre que chegasse até o céu, desafiando a vontade de Deus. Como resultado, Deus confundiu suas línguas e espalhou-os pela Terra. Nesse contexto, a torre pode ser vista como um símbolo da soberba humana e da rebelião contra Deus.
Conhecer sobre os símbolos do Tarot nos permite fazer leituras mais fluídas, mas também respeitar e aprender sobre as origens e história por trás das cartas.
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