O termo “jovem místico” é uma referência irônica às pessoas, principalmente jovens, que se identificam como místicas ou espirituais – sobretudo nas redes sociais – e apresentam um interesse na espiritualidade, mas que podem ser vistas como superficialmente envolvidas ou mal informadas sobre determinado assunto.
Nas redes sociais, o termo “jovem místico” tornou-se frequentemente associado a um certo estereótipo de pessoa que aparenta seguir uma espiritualidade “da moda”, mas que na realidade tem pouca compreensão profunda da tradição mística, das práticas espirituais ou ainda das origens e história daquilo que propaga e compartilha.
Por conta desta falta de embasamento e estudo profundo, essas pessoas apresentam uma abordagem superficial e hiper popularizada da espiritualidade ou ainda optam por utilizar termos e conceitos sem saber exatamente o que eles significam ou ainda sua importância (como terapia, terapêutico, místico, wicca, bruxaria, maga, magia, alquimia, advinhatório, intuitivo, evolutivo, entre muitos outros).
Mas afinal, o que é o misticismo?
O misticismo é um conceito amplo que se refere a uma forma de conhecimento espiritual que busca a união com a divindade ou com um poder superior. É uma tradição comum em muitas religiões, incluindo o cristianismo, o hinduísmo, o islamismo e o budismo, entre outras. Os místicos acreditam que é possível ter uma experiência direta e íntima com a divindade, algo que transcende a compreensão intelectual ou racional.
O misticismo pode envolver práticas como a meditação, a contemplação, a oração, a introspecção e a busca de um estado de consciência elevado. Os místicos acreditam que a prática dessas atividades pode ajudá-los a transcender a percepção limitada do mundo material e a alcançar uma compreensão mais profunda da realidade. O objetivo final do misticismo é a união com a divindade ou com um poder superior, que é considerado como a fonte da verdade, da sabedoria e da paz.
E a palavra místico?
A palavra “místico” é usada para descrever alguém que se concentra em questões espirituais ou religiosas de forma mais profunda e intelectual do que a maioria das pessoas.
O termo também pode se referir a algo que é relacionado a práticas místicas ou ao estado de consciência místico, que é uma sensação de conexão profunda com a divindade ou com um poder superior.
Qual a origem do misticismo?
A origem exata do misticismo é incerta e pode ser rastreada até as tradições espirituais antigas de muitas culturas diferentes. O misticismo tem raízes profundas em muitas das grandes religiões do mundo, incluindo o Hinduísmo, o Buddhismo, o Cristianismo, o Islamismo e outras.
Na religião cristã, por exemplo, o misticismo tem suas raízes na tradição dos monges eremitas que viviam nas florestas e buscavam uma vida de oração e contemplação. Em muitas tradições islâmicas, o misticismo é conhecido como “tasawwuf” e se concentra na busca da união com Deus através da contemplação e da meditação. Em muitas tradições hinduístas e budistas, o misticismo tem sido visto como uma forma de buscar a liberação espiritual e a compreensão da natureza da realidade.
De maneira geral, o misticismo pode ser visto como uma tradição universal presente em muitas culturas diferentes, que busca uma compreensão profunda da realidade e da natureza da divindade.
O misticismo no Brasil
O misticismo tem sido uma parte importante da cultura e da espiritualidade no Brasil desde os tempos coloniais. A miscigenação de várias tradições espirituais, incluindo o catolicismo, o candomblé e o umbanda, deu origem a uma rica tradição mística no país.
Desde os séculos XVII e XVIII, o catolicismo tem sido a principal religião no Brasil como consequência da nossa própria história de colonização. Entretanto, ao longo dos séculos, outras tradições espirituais voltaram a ganhar espaço, incluindo o candomblé, o umbanda e o culto aos orixás. Muitas destas tradições místicas foram trazidas para o Brasil pelos escravos africanos e têm raízes nas crenças dos povos indígenas do Brasil, tendo sido colocadas à margem durante a colonização.
O misticismo no Brasil tem uma abordagem muito diferente da espiritualidade em outras partes do mundo. No Brasil, o misticismo é uma forma de vida para muitas pessoas, e a busca pela conexão com a divindade é uma parte importante da cultura popular. A prática da fé mística pode envolver rituais, orações, meditação e outras formas de busca interior, e muitas pessoas acreditam que essas práticas ajudam a alcançar uma compreensão mais profunda da vida e do mundo ao seu redor.
No geral, o misticismo é uma tradição vibrante e rica no Brasil, que faz parte da cultura popular e da espiritualidade do país. A miscigenação de várias tradições místicas ao longo dos séculos deu origem a uma abordagem única e diversificada da espiritualidade no Brasil, que é celebrada por muitas pessoas até hoje.
Mas e o Tarot? Qual é a relação do Tarot com o misticismo?
O Tarot é uma ferramenta de autoconhecimento que surgiu na Itália durante o Renascimento como uma evolução do que antes era apenas um jogo de cartas.
Por mais que seja muito comum ver-se conexões das cartas de Tarot com o misticismo, com a espiritualidade e até mesmo com um poder divinatório, a verdade é que quando estudamos as cartas do Tarot profundamente, os primeiros indícios místicos conectados ao Tarot surgem apenas depois de 1900, na Inglaterra.
Justamente por isso, muitos tarólogos divergem em sua abordagem, criando temas como “Tarot Terapêutico”, “Tarot Evolutivo”, “Tarot Adivinhatório”, “Tarot Intuitivo”, entre outros. Por aqui, sigo na linha de promover o autoconhecimento através das cartas, aprofundando cada vez mais meus estudos em sua origem e passado.
Conhecer a história do Tarot e sua origem é fundamental para não cair em modismos ou ainda propagar informações que influenciam até hoje a vida de milhares de pessoas sem ter a verdadeira consciência do que se está fazendo.
No fim das contas, o Tarot é sim parte importante da tradição mística, mas antes e sobretudo, Tarot é responsabilidade.
Quer aprender Tarot da forma correta? Então vem comigo!
