Você provavelmente já ouviu falar que a história do Tarot é repleta de lacunas e informações diferentes. Neste artigo, compartilho o que inúmeros pesquisadores já sabem sobre a história das cartas que continuam ajudando milhares de pessoas todos os dias.

Em latim, a palavra Arcano significa segredo ou mistério a ser revelado. Mas por mais que as cartas tragam clareza para nós, a história do Tarot é ela mesma um grande mistério.

Não há nenhum livro, prova ou documento de quando, onde ou por quem o Tarot foi criado. Ainda assim, conhecer as correntes de pensamento sobre as origens das raízes históricas do Tarot faz a gente compreender a força desta arte secular e ter a base necessária para nos tornarmos profissionais.

Aqui, compartilho com você algumas das ligações e influências que o Tarot pode ter tido com diferentes culturas e em diferentes séculos até seu surgimento tal qual o conhecemos atualmente:

Século XI

Por volta do ano de 1030, na Índia, havia um jogo de tabuleiro chamado Chaturanga, que foi o antecessor do Xadrez. Este jogo contava com 4 reis e 4 cavaleiros e por isso alguns estudiosos acreditam que ele foi uma inspiração para a origem do Tarot.

Século XII

Por volta de 1127 e 1279, surge na China um jogo de cartas numeradas com imagens similares a um dominó: as Cartas Chinesas de Dominó. Há quem diga que elas podem ter sido uma inspiração para a criação do Tarot.

Chaturanga

Séculos XII e XIII

Muitos historiadores acreditam na hipótese de que o Tarot tenha origem árabe, inspirado pelas Cartas Sarracenas, Cartas Mamlûk ou Mamelucas, que os guerreiros mamelucos jogavam. Algumas pessoas acreditam inclusive que a palavra “naipe” pode ter vindo do árabe naibe, mas não há nada que comprove nenhuma destas teorias.

Cartas Sarracenas – The World of Playing Cards

Séculos XII a XIV

Alguns pesquisadores acreditam que os baralhos foram levados pra Europa através dos Cavaleiros Templários. Eles não só jogavam por lazer, como também utilizavam as cartas como uma espécie de oráculo para ver se ganhariam uma futura batalha.

Século XV

Desta época, há a teoria de que Ciganos do Industão podem ter levado as cartas para a Europa enquanto faziam suas peregrinações. Esta hipótese é refutada por alguns estudiosos já que quando eles chegaram na Europa no século XV, as cartas já haviam chegado.

Pintados a mão e encomendados pela nobreza, não se sabe ao certo quais foram os primeiros baralhos de Tarot Europeu. Acredita-se que os decks europeus mais antigos são o Tarot de Gringonneur, de 1392 pintado para o Rei Carlos VI da França; o Visconti Sforza Tarocchi, de 1440, pintado para o Duque de Milão que conta com cópias incompletas em museus em Nova Iorque e da Itália; e o Tarot de Mantegna, criado por volta de 1470 e 1485. É importante destacar também que o Tarot de Marseille surge no final do século XV.

Século XVIII

É só em meados do século XVIII que começa a surgir um olhar mais místico e teorias espirituais sobre as cartas. Antoine Court de Gébelin foi um pastor suíço maçom, protestante e ocultista. Em 1773, ele escreveu o livro “Le Monde Primitif” (O mundo primitivo) onde dizia que que os 22 Arcanos Maiores podem ter sido inspirados no Livro de Thoth, por volta dos séculos V e VIII. O Livro de Thoth foi o nome dado a uma série de textos místicos possivelmente escritos por Thoth, um Deus Egípcio, atribuído a Hermes Trismegistus.

Em 1785, Etteila, um francês considerado por muitos como o primeiro tarólogo profissional, responde à teoria de Gébelin no livro Manière de se récréer avec le jeu de cartes nommées Tarots (Como se divertir com o deck de cartas conhecido como Tarot). Neste livro, Etteilla diz ter sido introduzido à arte da cartomancia em 1751, muito tempo antes da aparição dos trabalhos de Gébelin.

Século XIX

A partir do século XIX, o Tarot começa a ganhar força através de sociedades secretas que atuam com a Alta Magia, unindo Numerologia, Astrologia, Tarot, Alquimia, Textos Pitagóricos, Textos Herméticos, entre outros.

Nesta época surge no coração da Inglaterra a Ordem Hermética da Golden Dawn, uma ordem mágica dedicada ao crescimento espiritual e iluminação através de rituais. É nela que Arthur Edward Waite conhece Pamela Coleman Smith e juntos eles criam o primeiro baralho de Tarot moderno: o baralho de Raider-Waite, em 1910.

Pamela não recebe os créditos devidos por sua participação como artista, muito menos sobre as vendas. Hoje, algumas editoras incluem sem nome no baralho, o chamando de Waite-Smith, como deveria ter sido feito desde seu surgimento. E é assim que o chamo desde que conheci esta história para honrar a participação de Pamela na criação de um dos baralhos mais famosos do mundo.

Outro participante da Ordem Hermética é Aleister Crowley, que cria o Tarot de Thoth ou Tarot de Crowley. A partir daí, o Tarot se espalha por todo o mundo, tornando-se um dos pilares do ocultismo moderno.

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